quarta-feira, 19 de maio de 2010

OBRA PRIMA


Pede-se a um poeta
Que escreva sobre amor
Ele vai ao cinema
Ver um filme romântico
E encontra um casal apaixonado na rua
É bastante para ele
Então chegado ao seu refúgio
Começa a fingir que sente
O amor que apenas viu
Mas com um turbilhão na cabeça
Custa-lhe a descrever
as leis de Vénus e de Cúpido
tenta-se interiorizar
na esperança de daí sair
a sua invocada obra
é então que
quase num acto de desespero
rabisca o papel fugazmente
no qual se ficou a ler:
O Amor não é um objecto
Não se pode tocá-lo ou possuí-lo
O Amor é uma visão
Compartilhada por dois amantes
que se empenham em torná-la real.


TENSHI
GRÂNDOLA
15.09.98
03:44:46

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