segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vamos acabar com a crise...


E que tal acabarmos com a crise de uma vez por todas...? Hoje dei por mim a pensar em um conjunto de coisas que até agora ainda não se tinham misturado ao mesmo tempo na minha mente, o número de ricos (milionários) em Portugal aumentou nos últimos anos, (defina-se por milionários aqueles que têm uma riqueza líquida acima de um milhão de dólares, ou seja sem contar com a primeira habitação e etc.. (que diga-se de passagem que às vezes são apartamentos de meio milhão, ou mais (de euros), dei comigo a pensar também que querem que trabalhemos mais cinco horas por semana, para enriquecer mais um bocadinho esses 10 000 portugueses (milionários)... Dei comigo a pensar que nos querem retirar o 13º mês e tudo o mais que possam para pagarmos um TGV e outras ilusões de grandeza (que diga-se de passagem 49% de nós não vai ter necessidade de utilizar e os outros 49% não vai ter meios para pagar um bilhete (os outros 2% são os políticos e os 10000 a que nós pagamos o bilhete)... Mas agora que me questionei, a solução para acabar com a crise até me parece simples...
Se conduzimos sem carta, multa, se passamos um vermelho, multa, se pescamos sem licença, multa, se passamos fora da passadeira, multa, até se fazemos um xixi na rua porque não há WC público disponível, multa... Ora, para todo o acto indevido há a respectiva "multa", então dei comigo a pensar em outra coisa, uma frase que ouvi há uns tempos, um dos maiores erros do Mundo é que por norma a incompetência não dói ao incompetente... Então que tal ser criada uma multa para os maus gestores, para os maus governantes? Ora o Sr. Eng. fez asneira ao aprovar um TGV, MULTA, o Sr. Dr. fez asneira ao querer X submarinos inúteis, MULTA, o Sr. Dr. fez x lucro indevidamente com negócios do Estado, MULTA... Ora, a crise seria mais que bem paga só com este tipo de situações... e nós (Zé Povinho) continuaríamos com algo para sobreviver...

Tenshi
Lisboa
28/06/2010
23:10

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A verdade dói... (um excerto)



(Há uns 12 anos atrás comecei a escrever uma "história", há dois anos tentei terminar, mas infelizmente coincidiu com uma triste perda na minha vida, agora, vou tentar mais uma vez... Deixo um excerto com 12 anos de idade, corrigido pelas noções do hoje...
Quaisquer comentários serão muito apreciados.


.........................

Fernando estava deitado na cama com a fotografia de Bianca numa mão e a carta na outra, nem tinha a certeza de que a queria ler, naquele momento não sabia se queria saber o que se passava com ela mas também não podia deixar o assunto pendente. Então fechou os olhos pensou nos momentos bons que tinham vivido juntos, no último beijo e que afinal não seria nada de mais... Abriu os olhos e rasgou o envelope, retirou lá de dentro a folha que continha o que ele esperava ser a resolução dos seus problemas, e começou a ler:

Coimbra, 6 de Novembro de 1998
Fernando:

Tinha escrito uma carta com duas palavras para ti, mas pensei bem e achei que merecias mais, maior consideração, e então joguei a outra carta fora e comecei a escrever esta. Mas está descansado que vais saber exactamente quais eram as palavras que estavam na outra.
Há certas coisas que eu te devia dizer, mas não é algo que se escreva, é preciso dizer cara-a-cara e como agora não sou capaz de te enfrentar nem de te olhar nos olhos não o faço.
Nunca tive jeito para escrever, tu tens, consegues fazer algo que poucas pessoas são: emanar para o papel os teus sentimentos, nunca desperdices esse dom...
Sem arrastar mais vou terminar esta carta com as tais palavras e dizendo também uma coisa que pode parecer um discurso melodramático, mas não o é. È sim um conselho obrigatório a seguir: Sê feliz e não te feches aos outros como eu estou a fazer (um dia compreenderás tudo isto).
ESQUECE-ME e ESQUECE-NOS. – Eram estas as palavras. Se ainda não entendes-te eu explico-te: tu não és para mim, pois eu não te mereço. PROCURA QUEM TE MEREÇA. Só me resta pedir-te desculpa por ter levado isto tão longe, acredita que não queria ferir sentimentos. Desculpa.
Adeus e até sempre.
P.S.- Nunca te esqueças: Eu adoro-te!

Nem queria acreditar, apesar daquilo que ela tinha feito não estava de todo à espera daquilo. Como era ela capaz? Ele não queria entender tudo “um dia” queria-a entender “agora”.
O que se passaria com ela, por muito que tentasse não conseguia perceber. Então fechou os olhos e forçou-se a dormir queria apenas esquecer as cruéis palavras naquela fatídica carta, mas a imagem da pessoa, que se alguma vez tivesse amado a sério seria a ela, não parava de o atormentar.
Sentiu-se desesperado, não podia ficar ali nem mais um minuto tinha que ir dar uma volta para espairecer, sentia necessidade de deambular pelas ruas como não fazia já há tempos.
Saltou da cama e sem pensar em mais nada saiu de casa.
À porta cruzou-se com a mãe, mas nem a olhou na cara, ela ainda lhe gritou:
–Fernando anda cá que preciso de falar contigo.
Mas ele nem vacilou e continuou a andar no seu ritmo acelerado.
Andou, andou até chegar a um jardim em frente a casa da sua princesa e ali ficou a olhar a janela do seu quarto como se na esperança de a ver lá. Depois conformou-se e voltou para casa.
Quando chegou a casa abriu a porta devagar, não queria que a mãe acordasse se já estivesse a dormir, ele pelo menos esperava que sim...
Ao chegar à sala viu a mãe sentada no sofá. Ao ver a cara de reprovação dela apressou-se a dizer:
–Não estou com cabeça para te ouvir e vou-me deitar!
–Ouve lá, por teres problemas não tens que maltratar os outros, todos têm. Disse ela num tom que o assustou pois nunca o tinha ouvido antes.
Porém isso não o deteve e seguiu para o seu abrigo. Fechou a porta à chave, deitou-se na cama e esperou que o sono o invadisse.
Não teve de esperar muito...
Na manhã seguinte foi acordado pelo som do telefone, se fosse noutra altura tinha corrido a atender, mas como tinha quase a certeza que não era a Bianca nem se dava ao trabalho de se levantar, depois de tocar quatro vezes parou. A mãe tinha atendido, ainda bem, até podia ser algo importante. _pensou ele.
Olhou para o relógio eram nove e quinze, tinha que se despachar pois tinha aulas dali a meia hora. Tomou um duche rápido, vestiu-se e foi tomar o pequeno almoço, enquanto o preparava notou num papel em cima da mesa, uma mensagem da mãe:

"Fernando fui à casa da D. Margarida porque ela me telefonou a pedir que eu passasse por lá porque queriam falar comigo.
Vê se não te atrasas para as aulas, já tens um monte de faltas. Para o almoço está uma pizza no frigorifico. Adeus. Um beijo."

Que raio podia querer a D. Margarida, bem, mas ele já não queria saber. Comeu e sem grande vontade lá foi para a escola.
Durante o dia as horas teimavam em não querer passar, mas finalmente ouviu o toque de saída. Sem paragens lá foi ele a arrastar-se para casa. Ao lá chegar viu algo de estranho, o carro do pai à porta, não era normal vê-lo ali ele só o visitava pelos anos e pelo natal. Mas com o que lhe estava a acontecer ultimamente...
Já lá dentro viu os pais juntos a conversar, um cenário estranho que já não via há tempo.
Realmente tinha que se passar algo, algo de importante, o pai não faria aquela viagem só por acaso, e nem era dia de festa, ninguém fazia anos nem nada. Será que a mãe o tinha chamado por causa da sua indisciplina? Não, não podia ser, ele já tinha por vezes feito pior e o pai nem tinha ficado a saber.
–Olá pai._ disse ele a chegar-se ao pé do sofá.
Então o pai que só na altura deu pela presença do filho levantou-se e olhou-o com uma cara de tristeza.
Fernando pensou: –Aí vem bronca, vou apanhar seca...
Mas antes que pudesse voltar a pensar fosse o que fosse o pai abraçou-o, um gesto que nunca tinha feito antes, pelo menos daquela maneira não.
Fernando assustou-se e repeliu o pai com os braços, não estava habituado àquele tipo de carinho por parte de ninguém, muito menos do pai.
–O quê é que se passa? _perguntou assustado.
–Fernando, só queremos que saibas que apesar de tudo gostamos muito de ti. _disse o pai num tom de premonição a desgraça. -O quê é que se passa? Já perguntei.
–Fernando antes de mais tens que prometer que não fazes nenhuma estupidez. _pediu a mãe.
–Mas que raio, vão-me dizer ou não? _gritou ele.
–Está bem tem calma, a tua mãe chamou-me porque achou que era melhor falarmos os dois contigo…
–Já estás a enrolar outra vez. _interrompeu o filho desta vez mais calmo.
–Sim tens razão, vamos directos ao assunto senta-te no sofá que eu explico-te tudo. _atalhou a mãe.
E assim o fez, sentou-se no pequeno sofá em frente dos pais sempre sob o olhar deles.
–Sabes hoje fui à casa da D. Margarida, ela tinha-me pedido para passar por lá.
–Sim eu sei, eu vi o bilhete.
–Tenho ali uma carta da Bianca para ti.
–Há é só isso, as cartas dela já não me afectam, não te preocupes, já estou calejado, já me chateei o que me tinha a chatear e daqui já não passa.
–Não Fernando é muito mais do que isso, mas peço-te que não faças nenhuma estupidez .
–Mãe…
–Está bem, hoje estive na casa da D. Margarida a falar com a Bianca.
–Com a Bianca? _Inquiriu incrédulo. Mas ela tinha aulas hoje, devia estar em Coimbra.
–Sim, mas ela estava cá e já não anda na universidade, anulou a matricula.
–O quê? Ela está em casa agora? Quero falar com ela!
–Não voltou para Coimbra.
–Voltou para Coimbra? Não estou a perceber nada. Então se ela já não está a estudar lá.
–Sim, mas ela vai ficar a morar lá, não sabe até quando.
O pai permanecia apenas um espectador atento a todo aquele melodrama.
–Porquê? _perguntou quase desesperado.
–Quando leres a carta vais entender tudo muito melhor...
–Então dá-me lá a carta. _disse ele num tom de voz que seria de ordem não estivesse a falar com a mãe.
–Está bem. _disse ela tirando-a da mala. Mas antes ainda tenho que te dizer uma coisa.
–Diz lá então! _insistiu ele.
–A Bianca pede muitas desculpas, ela queria-te dizer pessoalmente , mas não conseguiu, ela disse que não seria capaz de olhar para ti e falar contigo, tu não sabes como ela está a sofrer…
–COMO ELA ESTÁ A SOFRER? Não acredito. Será que ela pensa no que eu sinto, afinal tudo isto é culpa dela, foi ela que começou a fugir de mim e continua a fugir. _gritou ele com a raiva a proferir-lhe as palavras.
–A Bianca está doente. _disse o pai sem levantar os olhos, não teve coragem para olhar os olhos do filho que entretanto se levantara à sua frente.
–Doente? Doente como?
–A Bianca tem uma doença incurável. _disse a mãe com a frontalidade que ele requeria.
–Incurável?
E deixou-se cair no sofá, sem força para continuar de pé.
Fez-se um silêncio sepulcral.
Fernando sentiu naquele momento o mundo a desabar sobre ele, e ele sem força para segurar uma pequena pedra que fosse.
Depois ouviu-se umas palavras trémulas vindas daquela alma rasgada e desfeita:
–E é?... É?...
–Sim é!..._a mãe também não teve coragem para pronunciar a tal palavra. Está numa fase avançada, tem cerca de dois a três meses de vida.
–NÃO! _gritou ele com todos os sentimentos a cruzarem-lhe o coração ao mesmo tempo.
–Fernando tem calma. _pediu o pai.
Mas este nem o ouviu, agarrou na carta e trancou-se no quarto. Deitou-se na cama e começou a chorar, as lágrimas lavaram-lhe o rosto, mas o que lhe lavaria a alma que de súbito tinha ficado negra de tanta tristeza.
Tudo aquilo não tinha uma razão de ser, Bianca nunca tinha mostrado sinais de doença, quanto mais assim tão grave.
A carta! De repente lembrou-se da carta que segurava com tanta força. Com as mãos trémulas abriu o envelope com tanta delicadeza como se estivesse a segurar o bem mais precioso e delicado do mundo.
Ao retirar as folhas lá de dentro reparou logo numa fotografia dos dois que tinha sido tirada no baile de finalistas, ele já nem se lembrava que tal fotografia existia. Virou-a e leu a dedicatória:

Fernando:
Nunca te esqueças de mim, de ti e de nós.
Beijos desta rapariga que nunca se
esquecerá dos bons tempos que passámos juntos.

BIANCA
A tua princesa

Pousou a fotografia desdobrou as folhas e começou a ler:
Fernando:
Desculpa-me por tudo, desculpa-me pela outra carta , por não atender os teus telefonemas, mas não queria que sofresses mais do que o necessário nem antes do necessário, mas foi estupidez da minha parte devia ter-te dito logo.
Por esta altura já sabes o que se passa comigo, penso que a tua mãe já te disse, pedi-lhe para que esta carta não fosse tão seca... Tudo começou quando fui fazer os tais exames para a faculdade, encontraram lá algo de estranho e pediram-me para fazer mais uns e acabaram por descobrir a tal maldita doença tão rara que eu nem a estudaria, nem sei pronunciar o nome, também vendo bem, de que vale saber o nome se o importante é que tenho tão pouco tempo de vida.
Sabes Fernando, por ironia do destino quando chegamos perto da morte é que descobrimos a vida. A morte não me assusta, mentalizei-me que a minha vai chegar mais cedo, só isso, mas por outro lado o sofrimento isso sim já me preocupa, principalmente o teu. Não queria que sofresses por causa de mim, por isso é que não queria que soubesses.
Vou continuar a morar no apartamento em Coimbra, não suportaria ver as caras das pessoas daí a olhar-me com uma expressão a dizer: Condenada!
Ao menos aqui as pessoas quase não me conhecem e as minhas ex-colegas tratam-me de maneira a que eu não me sinta mal, digamos que eu sou o seu primeiro paciente em fase terminal. Apesar da minha situação ainda tenho sentido de humor, hem?...
Desculpa não te querer ver, mas quero-te recordar feliz, não a olhar para mim com tristeza.
Na realidade és a melhor recordação que eu vou levar desta vida que não foi meiga comigo, e não estou a dizer isto para que me perdoes pelo que eu te fiz nem por algo do género, não preciso disso, daqui a pouco tempo tudo estará acabado para mim.
Tenho muita pena de não ter tempo para fazer certas coisas que tinha planeado, sonhos de uma vida sabes?
É esquisito não se poder dizer coisas do tipo: “No próximo verão vou outra vez para o Algarve com os meus pais” ou “para o próximo ano repetimos”, o o dizer, "quero ficar contigo para sempre"...
É triste saber que pior que gostarmos de alguém, mas não estarmos juntos por não sermos correspondidos é gostar de alguém, sermos correspondidos, mas não podermos estar juntos porque o destino decidiu oferecer-me esta doença.
Foste a melhor coisa que me aconteceu na vida.
Adeus e até sempre.
Amo-te...

BIANCA


As lágrimas não paravam de lhe correr dos olhos...

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Tenshi
Grândola
Lost track of the timeline ...

domingo, 20 de junho de 2010

Um pequeno "agradecimento"...

Adeus e um até já...


Não faço ideia do que vou escrever, mas senti uma necessidade e um ímpeto para o fazer... Sexta-feira, 18 de Junho do ano 2010, na hora de almoço do trabalho e enquanto esperava que fosse servido olhei para a televisão (coisa rara mesmo) e no roda-pé estava a notícia: Morreu o escritor português José Saramago... Morri durante uns instantes também... Congelei o olhar na TV, à espera que a noticia desaparecesse, como quem não quer acreditar... Apesar dos seus 87 anos, Saramago é daquelas pessoas que nos fazem acreditar que vão viver para sempre, que sempre poderemos contar com a sua genialidade, mas não... Passado um dia lá consegui encarar a verdade... Agora que digiro a noticia apetece-me perguntar: "Morreu o escritor Português?" Escritor? escritor sou eu que despejo umas linhas para o papel de vez em quando... escritor é o "zé dos passarinhos" que escreve poesia crua na toalha de mesa... Pensando em escritores destes últimos anos, em quem pensamos? Saramago!... Não isso é muito limitado, pensado em escritores das últimas décadas, em quem pensamos?... Saramago... Não isso ainda é muito limitado... Pensando em escritores Portugueses do último século, em quem pensamos? Saramago... Mas vamos expandir a mente e vamos mais longe... Pensando nos escritores Portugueses de todos os tempos... Pessoalmente penso em Luís de Camões, Fernando Pessoa, Cesário Verde e José Saramago... Não meus amigos, não morreu um escritor Português, Faleceu o maior génio da Literatura Portuguesa dos últimos séculos (na minha humilde opinião claro)...
Um abraço

Tenshi
Lisboa
20/06/2010
01:21:36

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Resposta a um coração "ferido" e a uma longa despedida...

Lembro-me que quando era "miúdo" demorava muito à mesa quando não me apetecia comer... Acho que mantemos essa característica toda a vida, quando não queremos fazer algo arrastamos a coisa o mais que podemos (ou o inverso, quando queremos fazer a coisa perdurar)... Acabei por guardar a conversa porque algumas coisas me soaram tão bem que me inspirou para escrever um texto (para breve), adorei mesmo a teoria de que deveríamos nascer com alguém predestinado que nos fosse compatível poupava-nos muitas tristezas e muitas cabeçadas, apesar de isso fazer parte do processo de aprendizagem e formação de carácter, poupava-nos muitos dissabores e tristezas... Nos anos que trabalhei com crianças (principalmente no Karaté) aprendi não vale a pena dizer a uma criança que se ela fizer uma coisa de determinada forma daqui a uns anos ela vai conseguir fazer aquilo muito bem, ser o melhor... Não, a criança quer fazer aquilo agora!... E nós somos crianças, queremos ser felizes agora, não queremos esperar 2 anos para criar essa felicidade.. como "Alguém" disse: "mas apetecia me ser feliz agora", sim, a mim também, mas a felicidade instantânea é como os bolos instantâneos, junta-se leite, vai ao forno e já está... e perde-se na memória, passados uns tempos nem nos lembramos... Mas um bolo em que partimos os ovos, juntamos a farinha, o leite, o açúcar, o cacau, o fermento, misturamos tudo e provamos com o dedo, misturamos mais leite porque ficou muito "grosso", depois mais farinha porque ficou muito líquido...Depois mais um ovo porque adicionámos demasiado leite e farinha... Esses são diferentes, dão mais trabalho, exigem mais de nós, mais tempo, mas esses guardam-se na memória... E normalmente até saem da forma, e afinal de contas é isso que devemos desejar... Uma felicidade que nos encha e nos transborde...

PS- Obrigado, há muito tempo que eu não sentia o que senti hoje, a capacidade de escrever/descrever o turbilhão que normalmente me habita a mente e gostei do resultado... (se bem que deve ser difícil compreender, é normal...)
Obrigado C.N.

Tenshi
Lisboa
18/06/2010
01:23

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Palhaçinho Triste


O "poema" inspirador de "Clownie"


Era uma vez um palhaço
Não era um palhaço como os outros
Não era um palhaço alegre
Era um palhaço triste
E era tão grande a sua tristeza
Que todos achavam graça
Á sua tola cara triste
Mas ninguém sabia
Que essa tristeza
Era toda a sua vida
Mas um dia o palhaço
Sentiu algo diferente
Sentiu que tudo era bom
Sentiu-se feliz...
Mas as pessoas diziam
Que ele já não era engraçado
Então voltou a ficar triste
Porque já não gostavam dele
E eles voltaram a rir
E triste o palhaçinho ficou feliz
Por ter recuperado a sua tristeza.

Tenshi
Grândola
Algures no passado

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Velho



Sozinho
Num dia domingueiro
Alguém bateu á porta
Era um senhor velhinho
Mas distinto
Barba branca, olhos profundos
Daqueles que conseguem prescutar uma alma
Reconheci-o de imediato
Vendedor ambulante
Mostrou-me vários livros:
Este é de uma bela rapariga
Bela, inteligente, mas um pouco complicada
Também tenho este muito interessante
Sim, este baseia-se mais no interesse
Esta rapariga é morena, quase banal
Não fosse o seu ser tão belo
E por fim
Dos livros que penso lhe interessarem
Tenho este, não sei porquê lhe interessa,
É de um estilo de escrita totalmente diferente
Aqui a rapariga não é bela
Não é um ser magnifico
Mas se calhar gosta é do escritor, não?
Pedi-lhe que me mostrasse os três livros
Entregou-mos na mão
Olhei-os, devolvi-lhos,
Disse que não queria nada
Voltei-lhe costas e fechei a porta.
Não, não queria nada do velho Amor.


Tenshi
Grândola
05.12.98
20:37:35

terça-feira, 8 de junho de 2010

Mad world - My first video project here


Well, finally i went "out boarders", my first video is out, had no intention to do this, but "something" impeled me to... Actually it took a little longer than 30 min... But, what a heck, it was an insomania anyway... Click on play to watch...

It's possible that madness is no more than intelligence, who tired of this word's madness, has taken the intelligent decision to become mad...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um Amor ... Assasinado


Tentas-te fugir
Sem saber o destino
Qualquer jardim longínquo
Soava a bom abrigo
Mas acorrentada á realidade
Não te deixavam sonhar
A dor permanecia
E o olhar encarcerrava as lágrimas
Que mesmo sem correr
Teimavam em não secar
Mas nem tudo era mau
Nem tudo pode ser mau
E entre os dias de caos
Descobrias-te a ti e ao teu mundo
Descobriste monstros e tesouros
Cavaleiros malvados e anjos
Tudo parecia um conto de fadas
Teria este um final feliz?
Não soube responder
E com as palavras que fluiam
Correram finalmente as lágrimas
E lavaram assim uma alma.
Quebrou-se o silêncio
E morreu um amor
Assassinado.

Tenshi
Grândola
15/03/2000
12:35:03

domingo, 6 de junho de 2010

Adeus



E agora vejo-te partir
E nada posso fazer
Eras tu que temias
Mas sou eu que sofro
Por tudo o que não é nada
Pela incerteza, ou por saber
E ter medo das palavras
Por isso fico quieto
Calado e retirado
Tal como a quem apenas lhe resta
Ouvir a longa música
E esperar que ela acabe
Para quê falar se os meus sonhos
andam perdidos por aí
em vez de frustrarem
os demónios na minha cabeça
e fico aqui á espera de ti
e até regressares
estarei só.

Tenshi
Grãndola
10/08/1999
01:41:50

Fallen Angel




Where did you left your wings
My fallen Angel
That's sutch a shame
You shouldn't hide them
You should show them to everybody
Then they would know
Why you are my Angel's princess
Just love to see
Your golden wings
Just love to feel
Your silky skin
A feeling
To see your reflexion
To be blinded in pleasure
By your glow
Two wonderful things
You and our lagoon
Where everything that stands
For us was born
My sweet fallen Angel
Did it hurt?
Did it hurt when you fell from heaven?

Tenshi
Grândola
13.01.98

Oásis




Na imensidão do meu deserto
Eu caminhava
Há tempos sem fim
Procurava o oásis
Com o qual sonhava
Sem saber que eras tu
Vagueava e desesperava
A areia não tinha fim
Como o sol que atormentava
Sedento da tua água
Avistei finalmente a salvação
Um oásis purificado
Uma perfeita encarnação
Corri como louco
Com medo que fugisses
Fiquei parado a olhar
Simplesmente lindo
A tua água quis provar
Ajoelhado como ao altar
Lentamente baixei as mãos
Para naquela maravilha tocar
Como feitiço quebrado
Transformou-se em areia
Tudo era outra vez imensidão
Apenas uma alucinação
Virei-me para o meu deserto
Já conhecido de longa data
E comecei a caminhar
É assim que morrerei
O meu oásis a procurar
Era apenas uma alucinação.

Tenshi
Praia do Carvalhal
16/08/1998
06:56:50

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Elefante e a corda


O Elefante e a corda

Quando um elefante nasce, desde os primeiros dias que o tratador o prende com uma corda, grossa apenas o suficiente para que ele nao a rebente. Com o passar do tempo, e das tentativas de se mover para além da distancia do comprimento da corda, ele apercebe-se que aquela corda, atada à sua pata, o impede de ir mais longe. E o pequeno elefante vai crescendo, fica maior, mais forte, mas a corda está sempre lá, na sua mente... Na sua pata basta agora um pequeno cordel, o elefante já nem tenta ir para além da distância dele. Por quantas vezes as nossas limitacoes nao sao apenas cordéis na nossa mente? Impostas também muitas vezes por nós próprios ...
Acho essencial para que possamos ir mais longe, para podermos caminhar em novas direccões, em lugares desconhecidos, é sem dúvida imperativo que, de vez em quando, tentemos dar um passo mais além, tentar o que nos parece impossivel, rebentar as nossas "cordas".

Tenshi
(inspirado num texto de Paulo Coelho, esse Enorme Senhor)
Grândola
Algures no passado

O porquinho que queria ser galo


O porquinho que queria ser galo

À nascensa todos somos iguais, mas durante quanto tempo?
Era uma vez... Um porquinho que queria ser galo, era o que ele mais queria na vida, desde que nascera que todos os dias olhava com grande admiracao para os galos da quinta. Comecou a imitá-los em tudo, subia para os poleiros , comia apenas milho, e todos os dias acordava mal o primeiro raio de sol rompia no céu e grunhia, o mais alto que conseguia, para anunciar o novo dia. Os donos nao achavam muita piada àquela barulheira logo de manha, mas nada disso importava, ele estava a viver a sua vidinha... de galo.
E assim se foram passando os dias entre galos e galinhas, que já o viam como um deles . E ele foi crescendo feliz, com as suas grunhidelas pela manhã. Até que um dia o seu dono pensou: Bem o porco já está grande, e bom para comer, vou fazer um jantar com os meus amigos. Foi um dia muito triste na quinta, todos os galos e galinhas ficaram destroçados ao perder o seu "desajeitado" porquinho, perdão, Galo!
E nessa noite, numa mesa cheia de pessoas, quando o primeiro convidado provou o jantar, disse: "É pá, este porco, este porco sabe a frango! "
Quando a força da vontade é suficiente, entao podemos alterar a natureza das coisas.

Tenshi
Grândola
Algures no passado